Poeta do infinito

Sobre o nada ele tinha profundidades

Foi um menino que carregou água na peneira

por toda vida

entre bichos do chão , pessoas humildes , aves , pássaros , árvores e rios

o poeta pantaneiro se criou .

Apanhador de desperdícios ,

Gorjeador de palavras ,

Engolidor de céu ...

Trazia sempre uma saudade muito esquisita escondida no coração

escutava o rio , conversava bobagens com sapos e árvores

e tinha preguiça de ser sério !

Poeta das insignificâncias

Feiticeiro das palavras

Eterna criança travessa

foi ao encontro de Bernardo para juntos

abrirem o amanhecer , fotografarem o silêncio

E receberem o presente do azul ...

“ A morte é indestrutível ... “

* Uma homenagem ao poeta Manoel de Barros que hoje nos deixou e foi poetar no céu ...

Elisângela Bankersen
Enviado por Elisângela Bankersen em 13/11/2014
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