PRA SUA INSISTÊNCIA

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Só se sob encomenda? Feito porca, parafuso; chave de fenda?

Some daqui oferenda... Melhor não por mais os pés na minha tenda...

Sou do tipo que ainda mói, aquele verbete que dói,

No "touch screen" de antiga moenda...

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Apto àquilo que capto, numa boa, “voando” mais que qualquer tipo que “voa”...

Talvez poesia que rimaria até com a sua insistente patifaria,

Mas, todavia, com validade de apenas um dia, feito o pão daquela padaria...

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Sou como eu sou e pago o preço por esse meu modo de ser

Rimas cotidianas?... Mas entre os vãos das caras persianas

Já me disseram que vive a remoer...

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Desse tal cristalino, desse dito como dito puro...

Do que me levou pro outro lado do muro...

Eu juro, quero é distância do que me dava ânsia...

Por favor, não peça pr'eu substantivar mais...

Se não virá arrogância, petulância, ignorância...

Pois a caixa de ressonância guarda em abundância

Coisas desde a mais tenra infância...

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Pra que essa rima fedida?...

Cabeça erguida...

É o cheiro da própria vida...

Não é você que vende o fedor

Como se odor, fragrância?

Onde foi que enfiou tua elegância?...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 14/11/2014
Reeditado em 20/11/2014
Código do texto: T5034889
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