O QUE SOU?

Sou terra, sou água,

O barro para você pisar.

Sou lua, flor, perfume para você enamorar.

Sou poesia triste, um coração a pulsar.

Pulsar no ritmo que você quer,

A hora que precisa, no momento exato,

À pura certeza da morte.

Caso não sinta esse pulsar

Vagando feito andarilho, sem rumo,

Na incerteza, uma única esperança

De ver seu rosto surgindo no meio da multidão,

Por entre gotas de chuva

Que jamais conseguirão molhar minha solidão.

Vejo

Que a mais pura e singela flor

Desfolhou e caiu.

CRISTINA VIANA

Academia Betinense de Letras
Enviado por Academia Betinense de Letras em 28/05/2007
Reeditado em 07/10/2007
Código do texto: T504183