O VELHO AMIGO


Passa o velho amigo desde muitas caminhadas
Com a cabeça branca abaixada envergonhada,
Pela profissão escolhida erradamente desde cedo.
O pobre coitado gostaria de ser um grande
Músico, mas é teatral dramático quase sem voz.

Não se dá conta do vexame passado.
Na plateia só um assistente sem nada entender.
O espetáculo foi quase trágico como se fosse enfartar.
Ainda bem que sua serva o socorre nas dores físicas.
Pois as dores do coração não tem mais jeito não.

Sua fragilizada pelo cansaço da idade continua regada
Aos caprichos na tentativa de fazer amor, mas nada...
Reclama o barulho dizendo que até a TV faz zoadeira.
Nesse caso a dama de companhia devia alisar o coitado.
Gera revolta, pois o velho amigo queria carne macia.

Em meio às dúvidas ficar sozinho não pode.
Quer mesmo arrochar na cintura gostosa de quem
Tanta coisa ganhava como se diz o corpo na marra.
Desilusão desenfreada faz a sua submissa calada.

É quando nos beijos ousados atrevida experiência
Mandava brasa no velho amigo de amigo não tinha nada.
Carícias de todo jeito deixava o pobre em exaustão.
Isso sim, se chama amor, um amor sem preconceito,
Entre quatro paredes não havia testemunha da sacanagem.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 21/11/2014
Código do texto: T5043943
Classificação de conteúdo: seguro