Dos sonhos

Aos poucos se forma

A circunferência perfeitamente imperfeita

Os galhos secos do salgueiro

Deslizando-se entrelaçados

Em sua rosa dos ventos

Os cardeais marcam as pérolas lilases

Os colaterais compactuam desse brilho cristalino

Posicionados docemente sob ação da gravidade

As aranhas tricotam suaves verdes

Formas folhares, goticulares

Ponto-cruz circunda o centro

Onde repousa picos ametista

O tosco barbante em treliça

Pende o glamour da arara

Uma conta aroeira os une

A linha índigo ao norte

Estende-se e contorce-se

Ao vento cantante pela janela

A noite clara traz o sono

O cosmos obscuro traz o sonho

Ambos passam por ali

Só o que é bom fica

Manuela Salles
Enviado por Manuela Salles em 23/11/2014
Reeditado em 15/12/2014
Código do texto: T5045374
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