Dos sonhos
Aos poucos se forma
A circunferência perfeitamente imperfeita
Os galhos secos do salgueiro
Deslizando-se entrelaçados
Em sua rosa dos ventos
Os cardeais marcam as pérolas lilases
Os colaterais compactuam desse brilho cristalino
Posicionados docemente sob ação da gravidade
As aranhas tricotam suaves verdes
Formas folhares, goticulares
Ponto-cruz circunda o centro
Onde repousa picos ametista
O tosco barbante em treliça
Pende o glamour da arara
Uma conta aroeira os une
A linha índigo ao norte
Estende-se e contorce-se
Ao vento cantante pela janela
A noite clara traz o sono
O cosmos obscuro traz o sonho
Ambos passam por ali
Só o que é bom fica