Aqui Jaz.

Eu ia, não vou mais!

Eu ria, dez reais!

Chovia, lá no cais!

Se nada quer, viva em paz!

Quero guerra!

Guerra sangrenta!

Violenta!

Vísceras expostas!

Costelas arrancadas!

Corações perdidos nas cartas encaminhadas...

Que nunca chegaram...

Os ratos roeram aquele soldado ainda vivo enquanto Churchill acariciava seu gato Nelson e escrevia as merdas que lhe concederam o Nobel de Literatura... E ainda por cima, deitado na cama, comia rosbife numa cama de marfim, dando tapinhas na bunda de sua funcionária que passava com a bandeja!

Não quero rezas no fim de meus tempos!

Não quero que esses padres e pastores podres venham me ver morrer e dizer que há um deus há me esperar sabe-se lá aonde!

As feridas não cicatrizam!

Passei penicilina nas crianças cheias de chagas!

Fiz um bolinho com o resto do fubá onde as baratas ainda não pisotearam!

Caí de cara no asfalto quente onde o couro de um sapo morto e amassado fazia parte da rua! E como fedia!

Me ergui rapidamente...

Num canto de quarto uma pobre diaba morre de câncer!

Cansado de tudo, não posso salvar o mundo afundado no fundo do nada!

Aqui jaz!

Savok Onaitsirk.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 26/11/2014
Código do texto: T5049293
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