A rosa

A noite estava escura e tranquila.

Como um aviso rompendo o vento

Ouviu-se um estampilho.

Uma breve luz saiu de um cano

Sem saber exatamente o rumo,

Alojou-se num ser parado e ficou dormente

Entrou na mente de um desabrigado?

Talvez na mão de um desesperado

Ou ainda quem sabe no peito de um soldado...

O projétil frio e rápido,

Escondeu-se em uma rosa e esta apenas a sentiu

Suas pétalas se abriram e ela a escondeu.

Tão simples de entender.

Tão complexo para explicar.

A rosa tão singela perdeu uma pétala ou mais

Mas sobreviveu.

Assim melhor diria alguém,

Não foi além do ser imóvel

Mas ela também sentiu, não era a mesma

Nunca mais seria.

De tão frágil consistência

Parou o aço bruto.

Depois esperou secar e jogou-o no chão

Ele perdeu sua função,

mas ela não, fez o que sempre fazem as rosas

Desabrocham, encantam e depois secam deixando

Lindas lembranças em nossa mente.

"Na vida somos o projétil, devemos cuidar onde nos alojamos, para depois de romper um coração sensível,não deixá-lo no chão"

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 27/11/2014
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