Eterno recomeço

Atravessei para o outro lado

E toquei a margem desconhecida.

Flutuei sobre a fumaça,

Vi minha imagem distorcida.

Um corpo cremado...

As cinzas lembram a areia do mar...

Eu tentei dizer, mas não pude suportar...

Morri aos poucos, sufocando-me em sonhos abortados.

A luz que eu procurava me cegou

E eu não pude mais contemplar o belo, a inocência e a poesia.

Meu coração foi dilacerado por falsas promessas,

O amor não passou de ironia.

Pesar, cansaço, lágrimas, decepção:

O mundo desaba sem que se saiba a razão.

E foi de tanto procurar pelas razões

Que busquei compreender o antigo segredo:

A loucura é irmã da lucidez

E é a única capaz de vencer qualquer medo.

Aventurei-me por desertos, vales e precipícios

Em busca do que eu precisava saber:

Em um grão de areia, encontrei o universo

E, na luz da lua, o reflexo da esperança.

O sol veio aquecer os meus versos

E as nuvens me tornaram criança.

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 27/11/2014
Código do texto: T5050053
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