SÍSIFO NA RUA DO BECO DO ESGOTO A CÉU ABERTO

Sai do casebre que me expurgou

Para destruir parâmetros e paradigmas

Encontrei-me no limiar do teto de palha

A profundidade do infinito ilusório

E o término superficial das coisas inacabadas

Meu semblante imaginário talvez estivesse

Descansando em tua loucura míope

Na imensidão da terra que possuo

Entre as unhas insanas

Um alfarrábio de razões

Que minha áurea compreende

Não quero esconder o ouro que encontrei

Na botija fria da alma. Apenas não se mostra

Para a massa em pânico, o que se desvenda

No primeiro olhar. Elaboro minha rede

Com a paciência das rochas soterradas

O desejo de estar sendo

Brota da natureza árida

Na espreita de um sorriso amigo

E um tabefe de cólera.

Na subida e queda atemporais

Sei dosar o gosto de ambos.

Com a importância em similitude

A essência do ser que em mim transborda

É como um rio caudaloso de passados possíveis

E futuros inimagináveis outrora

Ali, na região fronteiriça do fim das coisas,

A eterna elevação da humanidade endurecida