DA HUMANA CONDIÇÃO * A humana condição

Das rotas dos princípios disto tudo,

emerge o verbo --- essência de água e lodo.

Das tábuas que quiseram ser um todo,

não resta nem espada, nem escudo.

O verbo, sem sentido, anestesia

a dor que prolifera e que subjuga.

Já nem sequer a mão canhestra enxuga

a lágrima que dói e tomba, fria.

Casado o desespero com a ira,

irrompe da cratera a violência

na lava da vergonha e da mentira.

Suspenso do mistério da existência,

dedillho, em desespero, a minha lira,

vergado à perdição da minha essência.

13 de Setembro de 2005.

Viana do Alentejo * Évora -Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 14/09/2005
Reeditado em 29/07/2018
Código do texto: T50524
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.