Dedicação
Não quero mergulhar no amor...
Eu não sei nadar.
Também não quero experimentar
O fogo da paixão.
É que eu queimei-me
Uma vez na panela de feijão,
E doeu muito, e muito tempo
Levou para a ferida sarar.
Não posso voar nas aventuras
Desvairadas dos sentidos.
Humanos não voam.
Visitar as profundezas
Da saudade ou penetrar
Os segredos da esperança,
Não, eu não sou forte assim.
Quero apenas conversar
Contigo, oh palavra, fonte
De minhas inspirações.
Olhar nos olhos que não vejo
Mas que sei que olham-me
Na surdina dos versos
Que insistem em acontecer.