Solidez

Minha cidade é de pedra.

Eu também.

Um breve esbouço mal talhado

Nas paredes cruas de grutas

Ingratas, escondidas entre rochas.

Tão comum quanto aqueles

Que não admiro, sou pouco,

Suspiro e silencio, nu e azedo

Frente as letras que me desafiam.

Breve cascalho no calçamento

Do caminho curto da vida,

Desta vida furta nas paredes

De minha cidade.

Nas palavras que escoam

Pelos dedos calejados

Ecoam grãos de gritos de

Súplica e desejo dos versos.

Versos imobilizados pela

Vontade triste de serem poemas,

Mão são tão comuns quanto eu,

Que sou de pedra.

Meus versos também.