Não me peças para amar o amor!

Não falas mal do amor

porque engravidastes a flor

dos verdes dias

no jardim dos teus sonhos

O poeta não conhece

um coração em letargia

banhado de solidão

nas noites nuas de fantasias

Ao longe a cotovia pia

a fúnebre marcha da

triste sinfonia

da dor da eterna agonia

Não se administra o amor

O coração não tem feitor

Ama quem lhe convém

quem sabe não ama ninguém

Maldito seja este verbo imoral

que me fez tanto mal

com suas chagas e feridas

infectando o mel da vida!

Agora a alma chora

os invioláveis segredos

que lhe causaram tantos medo

guardados nos tabernáculo

da arca da desilusão

Recife

31/01/2005

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 14/09/2005
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