Permissão

Permissão

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de abrigar-me em teu leito

com toda delicadeza

fazendo com que

meu perfume

penetre na fragrância

de teus lençóis

por todo o infinito.

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de embriagar-te de mim

em doses sedentas

e loucas

e fazer-me correr

por tuas veias

como teu mais

doce vício

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de te sentir livre

diante de mim

se a doçura

do meu beijo

não te matar

a sede

se meus sussurros

e gemidos

não te fizerem

ser meu.

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de olhar-me

com olhos de eternidade

de fazer-me

teu cigarro diário

que você não consegue

nem deseja largar

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de distinguir

teu coração homem

de teu coração poeta

de deixar-me sempre

a porta entreaberta

na incerteza

de poder entrar

Não permitas

que eu te ame

se não fores capaz

de me amar também.

30/04/07- Niterói-RJ

Luh Oliveira
Enviado por Luh Oliveira em 29/05/2007
Código do texto: T505514
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