Permissão
Permissão
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de abrigar-me em teu leito
com toda delicadeza
fazendo com que
meu perfume
penetre na fragrância
de teus lençóis
por todo o infinito.
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de embriagar-te de mim
em doses sedentas
e loucas
e fazer-me correr
por tuas veias
como teu mais
doce vício
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de te sentir livre
diante de mim
se a doçura
do meu beijo
não te matar
a sede
se meus sussurros
e gemidos
não te fizerem
ser meu.
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de olhar-me
com olhos de eternidade
de fazer-me
teu cigarro diário
que você não consegue
nem deseja largar
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de distinguir
teu coração homem
de teu coração poeta
de deixar-me sempre
a porta entreaberta
na incerteza
de poder entrar
Não permitas
que eu te ame
se não fores capaz
de me amar também.
30/04/07- Niterói-RJ