Notas sobre o abismo

Nessa tumba secular na qual me vejo sepultado

Antigos espíritos do vento contam-me suas histórias,

De um mundo antes do mundo

Onde em cada soleira,

Por baixo de cada porta,

Palavras vazias eram cantadas aos surdos ignorantes

Vós que temes o frio

Vós que renegas a escuridão de teus dias,

Como fuga a pensamentos insanos e doentios,

E abres mão de uma paz espacial, contemplada no mais profundo abismo dimensional

Vós que foges...

Eu que abracei tais loucuras e as fiz parte de mim

Eu que não lutei contra o tão nomeado Mal,

Eu que entendi suas suplicas e sussurros em um mundo infernal e sem sentimentos

Eu, que aqui já me vejo louco...

E nesse entardecer macabro minha mente se expande

Invade regiões do cosmos que para muitos é assustadora

E aqui vos conto esses meus dias em R'lyeh...

Úmida e gotejante...cercada pelos musgos de um mundo cego e estúpido

Que suas súplicas pretende ignorar...

E cercado de dor meu corpo dança no nada

Com golpes violentos meus braços e pernas se põe em movimento

O suor e as lágrimas já percorrem meu rosto

Tudo se tornou pesado demais...

Sat
Enviado por Sat em 05/12/2014
Código do texto: T5060016
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.