Fogão de Lendas

Há um rosto na janela

uma cinza noutro azul:

Simples versos esquecidos.

Queima a face em face à taça

pinta a sede em tom marrom.

Há um verso neste avesso,

mero fim da lenda fogo.

Findo aquário, minhas cinzas,

Vasto mal que foge ao lodo.

Que em meu pálido soluço

Fez do véu lembranças minhas

Minhas mãos que não mais escrevem.

Eis meu susto, seu sustento...

Eis meu rosto, o seu reflexo...

Venho à tona neste mar.

Linhas neutras, sou saudoso

Breve luz em decisão.

Amargo
Enviado por Amargo em 30/05/2007
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T507230