Entre Aspas

Deixa o tempo passar

e conduzir nossos passos

curtos e calculados

pra longe da dor.

Deixa o inverno refrescar

nossas cabeças

(tão dispersas)

que uivam por sonhos

despedaçados,

vítimas das malícias desperdiçadas.

Esqueça o porvir,

somos culpados pelo presente.

Ame o passado

como ama sua história,

e não deixe que ele se perca.

Dessa forma teremos forças

pra quebrar a cegueira

e partir o improvável.

Foram nossos

os pequenos delitos

e ficaram esquecidos

pela conveniência.

Não odeie a dor,

ela apenas nos mostra

o quanto sentimos saudades,

nos lembra da real importancia

recíproca das lembranças vivas.

As lembranças tristes e inertes,

essas sim

podem ser deixadas para trás.

Esquecidas no velho poço da dor.

Da dor que teimo em não sentir.