POEMA PASTORIL.


Estou aqui sentado,
fiz de uma pedra
meu banco,uma
folha caiu,acabou
seus dias,estava
amarela da cor
do sol, ouro no chão
de meus olhos.


Estava calmo como
aquele remanso,
que tremia como 
menino chorão,um
pássaro sonso,
beijava uma flor,
eu não beijava nada,
meu bico é impuro
para oscular uma flor
do sertão.


Fui caçar palavras,
para registrar um poema,
estavam todas brincando
na minha pobre alma,
peguei uma preguiçosa
que derretia em lágrimas,
ela me escapou pelo
vão dos dedos,me gritou
de longe sou pura
para gritar teus segredos,
e assim partiu...


Voltei,pequei uma
atrevida,que estava 
de barriga pra cima
vendo o sol cintilar,
procurei a fonte de teus
olhos,deslizei no teu corpo,
e descobri que os olhos
das palavras estão dispostos
nas almas dos poetas.


Cantei uma canção de Tom,
e todas me atenderam,exceto
a que me escapou dos dedos,
deu seu pinote e partiu,
estende-as nas páginas,
me escorri em versos,
do meu banco pedra,, o sertão
me sorriu,a folha palida
subiu no vento, e em meu colo
deitou-se,folha mimosa,
tão distânte estava, tão perto
agora minhas mãos afagas.


Meu amor me escreveu,
toda tua descrença,
e o vento chegou e me
trouxe você, minha folha
amarela, meu ouro , meus
alfarrábios que escritos
em mim,nesta folha espalho.


A tarde caiu,o amor não
veio,e nos meus entremeios 
minhas fases eu deixo,
fico com minha fase de catador
de palavras esquecidas,
para tecer uma colcha que
cubra o sertão,e que nela
o amor se aninhe,e que meu
grande amor, não me deixe
aqui nesta pedra, meste banco,
vendo folhas cairem,cumprindo
seus destinos,eu tão triste,
tão pálido na veia do amor,
tão letárgico na inspiração,
tão sozinho,vou arriscando
este pobre poema pastoril.















 
Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 20/12/2014
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