Boneca de Porcelana

Teu olhar é como morteiro

Seguem minhas mãos lascivas

Que encontram meu sexo

Em febril reconhecimento

Descobrem ritmo

De ardor desencontrado

Solitário gozo

Por mãos que se desacompanham

Do compasso

Meu riso é triste

de uma lágrima

surgida no agora

rósea na face de quem

se deliciou do amor

e o jogou fora

Sou boneca de porcelana

Sou incauta

tive peças quebradas

no céu da minha boca

Meu gemido

é preso na garganta

onde estrelas foram desenhadas

e, rasgadas,

dadas em holocausto

pra qu’eu pudesse

saborear o delicioso

prazer do insano

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 30/05/2007
Código do texto: T507610