A beleza de conquistar

E eu continuo a olhar, bem infinitamente, o mar parece terminar numa linha que corta o céu e as nuvens, a maré me faz caminhar por entre águas rasas continuamente por alguns minutos e não consigo me aproximar. Fixo o olhar tentando medir a distância entre mim e a linha imaginária, mas não consigo ver uma diferença real. As águas já não estão tão rasas, agora passam da minha cintura e a distância não muda, mas muda a temperatura, muda a paisagem, muda, muda, muda, só não muda a distância. Não desisto, sou muito teimosa, em algum momento vou chegar ao horizonte, agora encantada com o sol, que já consegue não só chegar, como ultrapassa essa tal linha que espero tocar. Agora o jeito vai ser nadar, pois não dá mais pé! Exausta resolvo boiar e percebo que já escureceu, as estrelas já brilham e o sol acabou ajudando a lua a subir bem atrás de onde quero chegar. Ao boiar adormeci e acordei numa ilha a beira da areia com o calor do sol e lá estava o horizonte e o mar a brilhar infinitamente. Descobri que a beleza estava em tentar alcançar...

Pollyana Oliver