Lua crescente

Como se abrisse um botão

E encontrasse pétalas mortas

Escutei tuas verdades

Com os espinhos a sangrar

Os dedos ainda inocentes

Desvirginando o medo.

Condenada ao amor

Do outro tão desconhecido

Louco a despetalar o enredo

Soltei-me ao vento

E tentei juntar os fragmentos

Em busca de um embrião

Com aroma de primavera.

Vivo por entre as mãos

Cicatrizando as dores

E as amargas profecias

De um eu irrealizável

Nas incessantes estações

Não sei se ainda reticente

Aguardo tempestades

Encarceradas em minhas inconstâncias...

Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 15/09/2005
Código do texto: T50824