O FUNERAL DO POETA

Amanhã não será mais que outro dia,

com suas luminosidades tolas

fazendo perecer a arte da escrita.

A oxidação toma tudo á sua volta,

a madeira do caixote e os pregos

que comportam a fúria que se foi, maldita.

E abaixo de toneladas de uma leitura indiferente,

cala-se o que era relevante como a vida.

Enterram-se as ideias e o corpo na terra fria,

porque dessas horas feitas de fios de matéria escura

nada mais nascerá nem permanecerá entre os dias.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 28/12/2014
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