ZIGNAL

Zignal

A vida deslancha corredeira abaixo como um galho solto e vulnerável a todas as intempéries de seu persurso. E aquele homem ainda criança, corre, luta por sua pipa que perdeu quando a linha se rompeu.

Não mensura suas forças nem calcula os seus passos. Ele busca. Apenas busca. Desesperadamente alcançar a linha de controle, o controle na linha. Ali estão seus ardis, ali está sua lide, na linha que se rompeu.

A guerra é grande quando grande é a linha, no tempo da luta travada entre a busca e a pipa. O que há de novo nisso? Pois a luta é sempre luta, a busca é sempre ardor, a pipa é sempre lador e prazer, e a linha é o tempo que acabou.

Corre menino! Corre desesperadamente! Sobe, desce, pula, te deixes ferir a pele pelos espinhos dos matagais, mas não pare, apenas busque diz a voz da constância. Mas as forças se esvaem como o sólido no insólido.

Do homem é a cegueira da busca, catalisar, organizar, enfileirar, normatizar, calcular. Da pipa é o estático estado de desafio, da linha é o tempo que não para, o menino para e olha e tudo o que ele ver é uma pipa levado pela força do tempo, o vento das circunstâncias.