Abstinência


Sei que sofrerei por sentir falta, já me desespero
Em meio a estes tantos sintomas da abstinência,
Mas não tem jeito, tenho que fugir da dependência
A que me subordinei neste mundo tão austero.

Já me acometem alucinações e crise convulsiva,
Disforias, padeço de insônia, náusea e ansiedade,
Agito-me, tenho taquicardias nesta irritabilidade
Constante que me acompanha enquanto viva.

O delirium tremens tornou-se meu fiel companheiro,
Vejo tua imagem destorcida, o que me era cristalino,
Já nem mesmo sei se sou um homem ou um menino
Perdido em meio à saga a que me lancei derradeiro.

Ora vago pelo mundo com as pupilas dilatadas,
Divago nas lembranças de teus olhos lacrimejantes,
Ao saber-me para sempre privado da amiga amante,
Deprimido pela abstinência de minha musa amada.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 05/01/2015
Reeditado em 06/01/2015
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