PARA CAPTAR O AMOR

Para captar o amor, é preciso ter a antena,

Seja galega ou morena, trate de equipar-se,

Ou vais morrer sem amar, vivendo só desalentos.

Cuide da sua cumbuca, não deixe-a ser invadida,

Tem conceitos nesta vida, que devem ser preservados,

Para equilibrar sua honra, guarde o tempo necessário,

E achando a pessoa certa, decrete o seu lado experta,

E o faça coletar seu mel, com os ritos mais vibrantes,

Pois a vida é de instantes, e em um destes cabe o céu.

Não toque a minha fagulha, nem acenda o meu isqueiro,

Porque o teu tabaqueiro, a muito tempo só entulha,

Se caso tu insistir, te chamo a rádio-patrulha.

Eu lapido a poesia que nasce de forma bruta,

Quando trata-se de alegrias, retiro muitos insultos,

Para não causar invejas, aos seres humanos confusos,

Quando o trato é funesto, dou maior valor as flores,

Redundo velhos amores, dou leveza ao nobre gesto,

Que baixa o morto na tumba, penosa cena indigesta.

LUSO POEMAS, 16/01/15