Efêmera

Vestia a camiseta do falecido. Tinha o cabelo engraçado, o lábio cortado e os braços tatuados.

Os óculos grandes faziam-lhe ver mais do que podia imaginar.

A pele sensível, marcada, cicatrizes que não poderia esquecer. Que não ousaria esquecer.

A tinta da caneta azul rabiscava o papel amarelo. Adorava a mistura de cores.

De amores. De dores.

Uma pintura contínua, paralela

na tela do seu interior.

Taie
Enviado por Taie em 17/01/2015
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