Efêmera
Vestia a camiseta do falecido. Tinha o cabelo engraçado, o lábio cortado e os braços tatuados.
Os óculos grandes faziam-lhe ver mais do que podia imaginar.
A pele sensível, marcada, cicatrizes que não poderia esquecer. Que não ousaria esquecer.
A tinta da caneta azul rabiscava o papel amarelo. Adorava a mistura de cores.
De amores. De dores.
Uma pintura contínua, paralela
na tela do seu interior.