POEMA DA INQUIETAÇÃO.
Vai coração,minha ação
ti conduz,vara rios de
sensações,mesmo sentindo
as agruras da cruz,vai,
voa ao i nfinito do peito,
desajeito,pulsa,reclama,
do peso tenaz de quem ama.
Vai coração,o tempo é curto,
para tantas batidas,pulsa,
reverbera,acelera,retrai,
o peito é um orbe lacrado,
santo sepulcro das desilusões,
ouvidor secreto de desatinos,
de noites de devaneios,
a alma sofre serena,a carne
grita na angustia da dor.
Vai coração a vida ti pertence,
a morte ti pertence,a dor de amar
corta como lâmina afiada,
frio amor em quente madrugada,
a janela aberta para vastos campos,
a alma de janelas fechadas
oscila no cio de um canto,como
uma ave acuada sem acalanto,
chuvas de sensaçoes recaem
sobre a lisa face,sem disfarce,
sem se envergonhar da sena.
Vai coração,pare ou siga!
O tempo passa, tudo passa,
mas a dor de amar é cálice
citrico nos lábios finos,
pulsa, reverberá,cadêncie,
a noite vai aprofundando,
o amor superficializando
até descorar a tés da pele,
suores em cada poros,gritos
a cada segundo,de repente,
em um canto encosta,
silêncio profundo,cessa
os suspiros,lenteia o pulso,
a face de cera,fria,sem vida.
Numa madrugada quente,
acabou-se a tormenta da noite,
fechou-se a janela,morreu-se
o infinito,a alma quebrou-se
o lacre,libertou-se,foi ao
infinito buscar o prazer,
mas do outro lado a vida pesa,
a vida é mais clara,mais óbvia,
mais significativa,o tempo é
um divisor de etapas,é o ponto
que liga a vida fisica da
da leveza da abstração,
para além de cada existência,
ficam escritos risos e lamentos,
nas páginas ocultas da alma.