Amor ensimesmando.

Minhas expressões desmentem-me

Em meio as correntezas contrárias

De meu estado em transmutação contínua

Desfalecido

Meus esfíncteres se abrem, todos

Morrendo e ressuscitando a cada pulso

A instabilidade é a única constante

A nudez já não constrange.

Minha alma está a mostra, veja!

Não tenha comiseração:

Julgue-a, condene-a, pune-la!

Meu espírito

Só Existe

Em morte.

De severidade lúgubre então,

Olhe-me, destina-me.

Sua frieza

É minha proteção

Sua secreção,

Meu abraço

Trauma e dor

Se transformaram

Em fascínio e prazer:

Te odeio com toda minha força

Te amo com toda minha fraqueza.

Masturbo minha ferida

Repetindo e repetindo

A violência,

O sangue é meu gozo

Quando sem ti

E Isto não é tristeza,

Já não tenho sentimentos assim.