Poesia de uma tragédia.
Sou uma tragédia, um erro grosseiro!
Tudo aquilo que não deu certo compõe a minha compleição.
Caspas, catarros, vísceras que falam, dentes caindo, cabelos caindo, a esperança por água abaixo...
Alguns mosquitos zanzam sobre minha face querendo roer minhas remelas...
Meus óculos nunca mais desembaçaram...
O veterinário disse que não sou humano!
E disse mais: que sou uma mistura abjeta de algum ser desconhecido com uma salamandra...
Meus amigos saíram correndo na escola quando me viram com aquele tapa olho... Eu era meio cego e não sabia...
Mas minhas pernas me fizeram andar e foi a partir daí que comprei uma chinela havaianas...
Minha vida nunca mais foi a mesma!