Refazimentos

As condicionantes estarão aqui e acolá

Em fôrmas tentarão nos acomodar

Nossa livre expressão será cerceada em nome de “não sei o que”

Mas ainda bem que somos o que não se pode contar

Temos a capacidade de resistir teimosamente

De escapulir

De ressignificar

De ora segurar as rédeas

Ora deixar o barco levar

Como um arquivo etnográfico sempre a reinventar

Coletaremos os dados do coração

Os desejos ainda mostrarão o norte

Mas não afundaremos

Sempre vai sobrar um pouco de ar

Ventanias da alma

Soprando velas

Em mares tempestuosos,

Levaremos mudanças dentro do peito

E questionaremos o que é imposto e indigesto

Quando não há fundamentos nem proveitos

Faremos amor com a liberdade.