CRISTO NO CALVÁRIO

(PARÁFRASE)

Light awares the word.

(LORD BYRON)

Noite! Corvos de sombra, as nuvens pairam lentas;

Como um peito a chorar a treme a terra e se eleva;

Da órbita d'amplidão, em lágrimas cruentas,

Salta rubros fuzis ensanguentando a treva.

Oh! Como o Céu é torvo! Oh! como a terra é fria!

Jerusalém ao longe ora triste, de bruços,

E em torno do Calvário, ouve-se uma agonia

De dolorosos ais, de lúgubres soluções!...

Riem-se os fariseus; banhando em sangue o Réu

Estertora na Cruz e lança para o Céu,

Num supremo gemido, um doce olhar profundo!...

Dorme tranquilo, ó Cristo, ó meigo Sonhador!...

Dorme! Mártir sublime! o teu Verbo de Amor,

Num dilúvio de Luz já despertou o mundo!

26 de março de 1891.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 23/01/2015
Código do texto: T5111957
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