LACCAS DAIMIO

(LXIV)

"À travers les bambous tressés en fine latte"

(J.M. de Herédia - Les trophés, Pg. 126)

Entre ébanos anão e enormes corimbíferas,

No meu quiosque gentil de sândalo vermelho,

Cristo, todo enrolado em sedas odoríferas,

Num solho de marfim que luz como um espelho.

Tres horas. Sobre a esteira ornada de ametistas

Onde um dragão de jalde arreganha as seis garras,

Janto: pasteis de murta e coisas nunca vistas,

Com rum de Tharrakai em xícaras bizarras

Ai-Dah estreito ao colo, a minha doce Ai-Dah,

De dentadura azul e pele cor de zimbro.

Cuja boquinha em U cheira a baunilha e a chá.

Tine um gong. Corro a ver com mil salamaleques:

É a filha do Taikum, de cujo amor me timbro,

Que volta para o Siro entre espadões e leques.

Fevereiro de 1894.

LIRA MODERNA - Diário de Notícias.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 26/01/2015
Código do texto: T5114818
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