DEPOIS
(VIII)
ENTRE MIM E ELA
"L'amour! Ab! le connais-tu bien?"
"Paur toi c'est un plaisir et pour moi c'est la vie!"
Ouve o que vou dizer-te! Ó tu, fleugmática
Nunca sonhaste ver, nunca soubeste amar!
Ouve! tu que a minha alma apaixonada, extática,
Como uma ave, acompanha o rouxinolear.
Ouve! Tu que nem lês, por estrele e encante
Meu verso, este áureo altar onde ávido te ponho...
Ouve! mas... que te faz que eu sofra, ria ou cante,
Se não podes te erquer à altura do sonho?
Ouve! mas para que dizer-to... não entendes
Talvez, lendo essa frase, o que ela diz e a dor
Com que o pobre poeta escreve isto, hoje imerso;
No entanto eu te amo ainda! a ti que não compreendes
De que luz de que Verbo, é feito, o meu amor,
De que aço, de que sangue, é fundido o meu verso!
25 de dezembro de 1892.
LIRA MODERNA - Diário de Notícias.