DEPOIS

(VIII)

ENTRE MIM E ELA

"L'amour! Ab! le connais-tu bien?"

"Paur toi c'est un plaisir et pour moi c'est la vie!"

Ouve o que vou dizer-te! Ó tu, fleugmática

Nunca sonhaste ver, nunca soubeste amar!

Ouve! tu que a minha alma apaixonada, extática,

Como uma ave, acompanha o rouxinolear.

Ouve! Tu que nem lês, por estrele e encante

Meu verso, este áureo altar onde ávido te ponho...

Ouve! mas... que te faz que eu sofra, ria ou cante,

Se não podes te erquer à altura do sonho?

Ouve! mas para que dizer-to... não entendes

Talvez, lendo essa frase, o que ela diz e a dor

Com que o pobre poeta escreve isto, hoje imerso;

No entanto eu te amo ainda! a ti que não compreendes

De que luz de que Verbo, é feito, o meu amor,

De que aço, de que sangue, é fundido o meu verso!

25 de dezembro de 1892.

LIRA MODERNA - Diário de Notícias.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 26/01/2015
Código do texto: T5114864
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.