SEDE DE ESTRELAS
(CII)
(SIMBOLISMOS)
"Et je fis boire les étoiles à mon âme".
A. Mithouard
Das tábuas do caixão, - forasteiro das lousas,
Conseguira arrancar meu lôbrego esqueleto.
A terra estava triste, o céu estava preto
E o Silêncio escutava o segredo das cousas.
Gemi, então não sei que dolorosas mágoas
Ouvindo o mar bater de encontro à penedia...
Torvelinhavam sóis das vagas n'ardentia:
E eu mergulhei as mãos dentro daquelas águas.
Tiritavam de frio as fugazes,
Escorrendo por entre os meus dedos tenazes!...
Ajoelhei sobre a areia... eu queria bebê-las!
E mergulhei a boca, a minha boca em febre
Inda esvurmando pus de um amargor de azebre...
..................................................................
E minha Alma bebeu uma porção de estrelas!...
15 de julho de 1895.
LIRA MODERNA - Diário de Notícias.