SEDE DE ESTRELAS

(CII)

(SIMBOLISMOS)

"Et je fis boire les étoiles à mon âme".

A. Mithouard

Das tábuas do caixão, - forasteiro das lousas,

Conseguira arrancar meu lôbrego esqueleto.

A terra estava triste, o céu estava preto

E o Silêncio escutava o segredo das cousas.

Gemi, então não sei que dolorosas mágoas

Ouvindo o mar bater de encontro à penedia...

Torvelinhavam sóis das vagas n'ardentia:

E eu mergulhei as mãos dentro daquelas águas.

Tiritavam de frio as fugazes,

Escorrendo por entre os meus dedos tenazes!...

Ajoelhei sobre a areia... eu queria bebê-las!

E mergulhei a boca, a minha boca em febre

Inda esvurmando pus de um amargor de azebre...

..................................................................

E minha Alma bebeu uma porção de estrelas!...

15 de julho de 1895.

LIRA MODERNA - Diário de Notícias.

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 27/01/2015
Código do texto: T5115700
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.