Alcoólatra,
homem insensível
e frio.
 
Na rotina, vivia embriagado.
Nos poucos momentos de sobriedade,
 era agressivo e mau humorado.
 
Não poderia ser decifrado.
 
Eu não consegui me aproximar
de sua essência.
 
Contudo, nela, traduzi o amor que eu sentia
em poesia.

Quando bebia ele era bom,
meigo e carinhoso.
Disperso, esbanjador, irresponsável,
sonhador, empreendedor.
 
Meu coração vivia aos sobressaltos,
minha alegria congelada,
minha luta redobrada.
 
Ele sempre brincando de viver,
até que um dia  vim a descobrir
que quem estava brincando de viver
era eu, pois ele vivia seriamente uma
vida dupla, com sua amante.
 
Meu casaco de visom  passou a
ornar o corpo de sua amante, assim como, também, as
minhas joias.
 
Eu fui roubada, ultrajada, enganada
e traída.
 
Quando descoberto, se vitimizar, busca todas as desculpas para
Se justificar.
 
O que acabou entre nós foi o que, na verdade, nunca
existiu.
Durante toda a nossa longa vida em comum,
vivemos os três:
Eu, ele e a bebida.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 09/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
Código do texto: T5131219
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