NIRVANA
(LXIII)
"S'aimer de loin et sans espoir, ne jamais
s'appartenir, rêver châstement à de pâles
appas, à d'impossibles baisers,à des caresses
éteintes sur des fronts oubliés de mortes, ah!
c'est quelque chose comme un égarement dé-
licieux et sans retour!... Et puis il n'ya pas de
chaairs, là-dedans, pas de levain d'ordurest!..."
(J.K. Huysmans - Lá-bas. XIII, 274)
Ausente ou morta, a Eleita! Além, inatingivel...
A Eleita em cujo olhar todo um mundo se abria;
Saber que nos amava e ter como impossível
Vê-la ainda uma vez e possui-la algum dia.
Traz}e-la dentro d'Alma enchendo a vida inteira,
Sempre oculta, porém, como a estátua de Sais;
E amá-la assim, até nossa hora derradeira,
Num culto que ninguém possa entender jamais!...
Que Senhor! Que Volúpia! esta não nos impele
A alma à sânie do beijo e ao contato da pele,
Esta o nojo e dobrez d'alcova nunca espera...
Tudo mais neste nundo é tão vil, banal!
O Amor busca o Mistério, o Amor quer o Ideal,
E a posse da Mulher é a morte da quimera!
1894.
LIRA MODERNA - Diário de Notícias.