Verborragia*

 
 
a palavra faz-se tato
no tatear-me por dentro
trago um estranho no peito
um discurso torto
ou apenas a essência
de todos meus medos
 
 
a palavra faz-se lamento
e hoje quero ler-me
nas entrelinhas do horizonte perdido
nos sonhos cerzidos
na ousadia de ser livre
folha, papel, unguento
 
 
a palavra faz-se vento
no timbre da carícia
a brisa que me desenha
nas faces, o anagrama das lágrimas
a tua cartografia
 
 
a palavra faz-se
apenas sopro- quisera fosse de mar-
grafando a ferro e fogo
onde há vida sem juramento.
 
 
Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 15/02/2015
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