O POETA NÃO DORME
Sono de poeta é escasso
Não durmo há três semanas e meia.
Ontem mesmo acordei de
um sonho sem poesia
num susto horrível.
A alma sentiu-se vazia e
um eu-lírico alucinado resolveu
que era a hora da pro-criação.
Encontro-me de olhos pinçados
escrevendo estas linhas.
Sinceramente, acho tudo isso uma perda de tempo
mas não me domino ao ponto de decidir isso.
Sou um frouxo! Sempre me deixo levar pelas vontades alheias
Ante a soberba da escrita noturna, me desmereço. E daí
sempre sai alguma coisa interessante.