Em nosso Recanto


Percorro, febril e ávido, as páginas do Recanto,
Todos os dias, a cada um destes malditos dias
De solidão, à procura de um teu simples canto
Ou de um pranto, quiçá, até mesmo, uma poesia.

Sempre me deparo com o imutável vinte e oito,
Estático, que me diz que, de novo, não vieste,
Que talvez nem mesmo mais voltes para o coito,
Ansiado e aguardado pelo tempo que nos reste.

Posto poesias e odes, grito por mensagens cifradas
Que só tu entendes e não me atendes em meu afã,
De que sejas de novo minha, minha mulher amada,
Se lês o que te endereço, mesmo que de forma vã,

Sei que, mesmo que digas em contrário e não admitas,
Sentes falta de todo imenso encanto de nosso recanto,
E um dia voltarás aos braços, mesmo ao final da vida,
De quem tanto te amou, cessando de vez teu pranto.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 20/02/2015
Reeditado em 20/02/2015
Código do texto: T5143883
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