O AGORA DIFERE


Não se pode imaginar semelhança do agora,
Pois difere em tudo dos enganos outrora.
Coisa da vida de quem recomeça comparando
O ontem sem tormentos só loucura escancara,
Com prazer o existente de o agora ilusório.

Pensa-se ser bobagem atitude incoerente,
Fazer-se se achar que agracia no instante oportuno,
Já com certeza no agora se delicie com caprichos,
Dessa caloura na vida, mas uma danada na hora.
Mesmo no agora é difícil não generalizar tormento.

O agora é ilusão, mas provoca emoções, apaixona.
Fala-se em retirar de certo volume conhecido,
O escrito generalizar, mas o vocábulo persiste.
É como se quisesse trocar a palavra paciência
Por capacidade de espera, pois não estressa.
A liberdade difere do agora sem constranger.

É querer e poder na satisfação do ser indefeso.
Um difere quase sem graça nem novidade, pois foge.
Faz-se forte, mas é fraco de padecer sem memória.
Nessa diferença do agora não permite ajuizar.
Dizem que seguro morreu de velho, mas não agora.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 21/02/2015
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