Sábado Cinzento

Entre orvalho e buzinas de carro,

o asfalto molhado, agora, reluz

um céu nublado de giz,

um sábado cinza de março.

Me perco na tristeza

de uma beleza tão simples

de dias assim.

Sei que não deveria,

mas já não há tanta alegria,

crescendo dentro de mim.

A grande ironia é que,

com ou sem companhia,

os dias de chuva sempre foram felizes.

Hoje sinto cessar a euforia

e com ela as matizes.

Visto a fantasia dos dias comuns.

Espero ansiosamente o tempo passar,

observo o movimento da rua

e o canto agudo do sabiá,

E me pergunto o motivo de tanta angústia

e solidão...

Enquanto as folhas balançam

derramando o pranto em forma de chuva,

na areia, no barro, no mato,

no chão.

Bia Guedes
Enviado por Bia Guedes em 09/03/2015
Reeditado em 10/03/2015
Código do texto: T5164183
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