O Dia Primeiro

O Dia Primeiro

(Danielle Rosa)

O último dia foi o 1º, o inicio, o Começo no derradeiro

21 revoluções da terra, 10 gestações da lua, 2013 revoluções do sol

O 1º outubro dos outros

Uma pausa para re-começar, e o início de um novo ato

Um dos roteiros perdi, agora só o improviso

Hilda entra em cena

Acordo e escuto o poeta, o locutor e o cantor

Ainda de olhos fechados a Moça dos cabelos longos me presenteia com mais um poema

É "Júbilo, Memória e Paixão", então leio

Canto uma Ode descontínua de ARiana para Dionísio

E retomo o outro, por que para a Morte, canto Odes e é o mínimo que se pode dizer

É embriaguez de vontade, esse ouro de a-mar

E embriagada mando ch-amar o dono do sono... Ah Morpheu! Sem Morphina

Manda buscar o fio da noite tranquila embalada por sete cantigas de ninar

Vivi sete cantigas de amar, mas nesse labirinto de minh´alma seguro o fio

Pra sem soltar mandar buscar uma manhã ensolarada ou chuvosa

Pra que eu acorde amante inspirada no ouro de sempre atuar com sete cantigas pra voar

O último também é o primeiro

Vi, ouvi, cantei

Calma foi só um pesadelo, ali começou, na metade do dia que nem parecia, mas era o 1º

Danielle Rosa, residente em São Paulo-SP, é Atriz e Professora de Teatro graduada pela Universidade Federal da Bahia. Ao lado de outros artistas baianos fundou o grupo de Teatro Finos Trapos e juntamente à Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona onde atua desde 2011 sob a direção de Zé Celso, realizou turnês pelo Brasil, Bélgica e Portugal. É também artista integrante do projeto de Poesia Cantada no Pequeno Funeral Cantante: Odes Mínimas para Hilda Hilst.

Danielle Rosa
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 11/03/2015
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