DANÇA DOS CORPOS ARDENTES

Dois pra cá, dois pra lá

Num bolero magistral

Corpo a corpo deslizando

Num acorde musical

Os braços se abrem bailantes

Tornando-se aconchegantes

As pernas se enroscam feito notas

A deslizarem na pauta,confundem-se

Fundem-se em melodias harmônicas

Os corpos movimentam-se despacito

Como os primeiros passos da bailarina

Vão aumentando o ritmo, acompanhando a valsa

A música abrange o quarto-salão

A atmosfera exala paixão

A intensidade aumenta, a urgência se faz

A cadência muda, um tango traz

São sinos e canhões a espocar

O céu se enche de luz

Assim como a 1812* traduz

O compasso finda, abranda

A dança se acalma, uma berceuse para ninar

O amor ardente dançou

Na sinfonia que cada corpo executou

Denise Severgnini

http://denisesevergnini.multiply.com

*1812 é referência à uma obra de Tchaikowski, onde em seu final há uma explosão de sinos e canhões.