DISSOLVIDO SOU EU

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

Onde ficarão meus passos!

Quem virá comigo!

Quem negará minhas vesti,

Quem não sentará comigo neste chão,

Come de nós, nossos dignidades.

Nascer no agreste Pernambucano;

Salgadinho, cidade que não aparece nos mapas,

Ser poeta não é nobre, é sina...

Nobre seria ser homem!

Dissolvido sou eu, nesta cidade.

Costumo ficar entres os impuros,

Inclinação frouxa de quem honra,

Tanta lama teve a cidade sem os paralelepípedos,

E minha gente diz que anda limpo.

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

Quem encontrar fragilidade em meus olhos,

Sabe que choro um povo...

Aí! Quem me chama poeta!

Em minha cidade, sou Ninha!

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

Quem saberá quando choro?

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

Quem se lembra de mim em 1996,

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

E a lepra tem meu espirito, meu corpo não.

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

E minha pele é toda cidade.

Dissolvido sou eu, nesta cidade,

Punhais terá meio peito...

Bendito momento,

Estou em casa.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 16/03/2015
Código do texto: T5172417
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