Tropel Cabalístico

A venenosa e faminta gangrena

Aflora virtude em sepulcros soltos

Sob tenebrosos cáceres envoltos

Nos togúrios da rama que envenena.

Sulfúreo clarão de imitente queda,

Turíbulo que tolda o céu cinéreo

Tremendo no desalento funéreo,

Os olhares vivos de terras cegas,

Suplicando debalde aos céus adversos

À cobiçosa e fútil esperança

Resplandecer num azul de bonança,

Mais negra, nos ferozes universos...

Para cevar a pavorosa morte

Na torva tempestade que converte

Os lucíferos vultos dessa sorte,

Aos sisudos olhos do mar inerte!

Marquês Louback
Enviado por Marquês Louback em 07/06/2007
Código do texto: T517300