Descaminho

Quem disse que o descaminho desconstrói? Que o medo é de todo ruim?

Pois se a vida é andar para frente, o susto sempre será companheiro.

Pois se a natureza de cada coisa, em sua essência ou em sua coisificação, Nos ligam de alguma forma ou em algum sentido, sobretudo, o somos em tudo e em todos como um organismo vivo.

É a contravolta em rítmica, razão e tempo. Feito andar para atrás, contando os passos, olhando o espelho, física e lógica; cada passo sincronamente ajustado, feito relógio de parede, gritando o tempo. Num tempo fora do tempo, em seu trono tão exaltado, como rei tão aclamado, do agricultor desvalido, ao banqueiro inusitado dizendo aos gritos de sua afeição subordinada aos seus ditames. Risonhos e tristes, caminhamos para o nosso fim.

Não importa a direção que estamos, estaremos juntos e separados nesse frenesi frenético, regular e firme. Um homem não deveria ser castigado por não aceitar uma rítmica formatadora de opiniões. Nem deveria ficar impune de todos os seus atos, haja vista que a razão de todas as coisas se impõe com direito, o ridículo é o primo feio da ignorância, como a popularidade é a prima feia do prestigio.

Não importa em mundo acontece. Rico ou pobre, sábio ou ignorante, forte ou fraco, somos todos empurrados rio abaixo, nas correntezas que a vida produz. O que fazemos com a nossa liberdade nos faz ser o que somos, podendo ser alterada mediante nossa própria opinião. Um homem jamais deveria ser ignorado por sua opinião, ou por seus pressupostos, ainda que antagônicos.

Muito prazer, meu nome é descaminho. A contravolta do tempo, que é senhor de tudo, dito pelo Senhor de tudo, inclusive do tempo. Nessa guerra do tempo e a contravolta do tempo, estão nossas estruturas, muitas vezes antagonicamente similares. Descaminhar é render-se ao inimigo ajustando-se ao tempo, ou a sua contravolta. O amor, senhor inclusive do tempo em certos aspectos, é o que nos une separadamente.