ESTENDI NO VARAL AS DESILUSÕES.

"O amor quando idealizado e não vivido, é como o leite lactado e não mamado, petrifica, e danifica o peto, que não amamentou".

MJ.

Estendi no varal as desilusões,

Deixei sem grampos para que os ventos as carregarem,

Mas amarguei imensurável decepção,

Uma calmaria instaurou-se neste lugar,

Se quer a brisa veio massagear-me a face,

Nos meus contrastes mais contendas pra digestão,

A minha alma se sente desnorteada,

E então galopa o meu aflito coração,

Ah tantas coisas que não pedi, mas me vieram,

Fartas angustias pelos desejos nunca atendidos,

Tenho a impressão de ter nascido fora de era,

Numa atmosfera que não contempla minhas ambições,

Preparo as malas para o desembarque deste trem,

Mas o maquinista se quer vislumbra a próxima estação,

Esta viagem tem um propósito tão realista,

Que contradiz-se com as minhas insólitas intenções,

Busco um refúgio no criador que tudo pode,

Ele me esnoba e se quer me estende a mão.

Te molhastes a propósito, por saber-te sedutora,

Com as silhuetas promissoras, querias mostra-me os peitos,

E os contornos de uma bunda, que já atraiu tantos sujeitos,

Eu desviei o olhar, mas não pude resistir,

Não nasci para negar-me ao necessitado servir,

Sei que andas de jejum, viuvastes já faz tempo,

E tens desejos comuns com os que permeiam minha mente,

E até por delicadeza te convidei para entrar,

E esperar a chuva passar para que pudesses prosseguir,

Mas o teu olhar pidão desmontou o meu coração,

E levantou os meus desejos, então me veia à vontade

De fazer-te a caridade, aquecendo-a com meus beijos.

LUSO POEMAS, 19/03/15