COSANDO A COISA AMADA

Amor que transborda

Pela borda

De cada linha torta.

Amor que transborda

Pelos pesares

De cada pensar.

Amor que transborda

Pelas cores

Do espectro tão meu.

Tão seu.

Tão nosso.

Da grama,

Da fazenda,

Da cenda,

Da sina;

Do caos,

Das guerras,

Dos bôrdos,

E bordos: tudo transborda.

Do amor que há em mim,

Das cicatrizes que ficaram

O caos é a maior marcação;

Marcas no peito,

Amor em vão,

Ao chão.

Regime fechado,

Rege-me dobrado,

Regi a direção.

Coração vagabundo,

Ei de dizer não!

O banco de dados está fechado,

Não há informação!

Ei de falar de ti

Em outra estação.

Ou não.

Transbordei!

Tudo transborda.

Agora sou gota,

Ou lágrimas de quem chora?

Outra vez.

E outra fez,

E mais uma vez

Todos fizeram.

Transborda-me.

Espalhou-se

Cacos em mim.

Transbordam,

Transtornam,

Transgridem,

Agridem

O melhor de mim.

O que farei?

Chorei.

Crafta e Larissa Rodrigues
Enviado por Crafta em 20/03/2015
Código do texto: T5177152
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