LÁ VAI ZÉ NINGUÉM


Do tudo vira ninguém, criatura de boa aparência.
Talvez tenha feito muito, mas nada conservou.
Quando o veem dizem, lá vai o Zé ninguém.
Não soube valorizar as pessoas ao seu redor.
Talvez se tornasse alguém, mas nem teto tem.

Fragilizado com estravagâncias do passado, modismo.
Poderia ser feliz com pouco, mas fica  sem ninguém.
Irreverente imponente altivo, sem nada usufruir.
Todas as donas da época aos seus pés, sem uma fala,
Destrói o melhor na vida, o amor das horas vagas.

Quem o vê assim se assusta lembra-se do grande mestre
De outrora, alegre e divertido, sonhador, mas sem amor.
Desde a juventude ao amadurecer dizia amar, desacreditado.
Muitas meretizes o rodiavam para exploração, botiquins.
Assim, se torna um Zé ninguém a margem da sociedade.

Foi respeitado pelas ideias admiráveis, hoje sem
Memória, no esquecimento popular dos demais.
Valeu o seu prestígio de ontem, pois se degenerou.
Talvez sem destino perambule em busca de algo, mas o povo
O chamam, seu Zé ninguém não se sabe das quantas.


 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 26/03/2015
Reeditado em 27/03/2015
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