O meu espelho, o meu padrinho de cada tempo e hora a espelhar faces torpes
Estou em ti, neste bocejar num dedilhar, compondo o batom de uma sensação
Consumo consigo este sonho acordado de solitária destemida, me deixe bela!

Tenho em si, este mirror de fecundo brilho, a imitar minha lealdade alvorecer...
Visto-me defronte dele, beijo suas margens de vidro, e sou a surda prisioneira
Emudeço meus lábios pintados, com esperança vaga desatinos em mil reflexos


Meu suor escapa, minha lágrima resume, o sonho em frenética côr desiluidida
Um pouco de meu sangue esvai-se num rolar em meu vermelho lábio repintado
Fecho os olhos femininos de quem ousa desafios e plana em venturosos céus!

Um instante, um átimo de horas enxugadas, na lágrima sortida que desespera
Minha imagenzinha de moça, donzela ou nenhures, tudo o que me faculta ser
E sou a ilusionista de meu ego, frágil persona, embarcada no sonhar-te assim

Sozinha, embotada por desamor encantado, ao revelar maquiagem ordenada
Deixo este respingar de sangue, o vermelho-rouge insípido, derramar-se findo
E minha vista cerrada, não querendo ver, já insinua a vergonha dos pesadelos!


 Sou magra e poetisa, e aprendi a amar
 Mas tenho do amôr apenas um apreço
 Estou a só ou do nada retiro desilusões
 Mas só amei uma vez, e passou assim!
 O tempo é honesto comigo, que seja...
( Jú )
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 26/03/2015
Reeditado em 26/03/2015
Código do texto: T5184536
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